segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Cecília Meireles

"Em toda a vida, nunca me esforcei por ganhar nem me espantei por perder. A noção ou o sentimento da transitoriedade de tudo é o fundamento mesmo da minha personalidade".


Cecília Meireles (1901-1964) nasceu no Rio de Janeiro em 7 de novembro de 1901.
"Minha infância de menina sozinha deu-me duas coisas que parecem negativas, e foram sempre positivas para mim: silêncio e solidão. Essa foi sempre a área de minha vida. Área mágica, onde os caleidoscópios inventaram fabulosos mundos geométricos, onde os relógios revelaram o segredo do seu mecanismo, e as bonecas o jogo do seu olhar. Mais tarde foi nessa área que os livros se abriram, e deixaram sair suas realidades e seus sonhos, em combinação tão harmoniosa que até hoje não compreendo como se possa estabelecer uma separação entre esses dois tempos de vida, unidos como os fios de um pano."
 Algumas de suas publicações:

Solombra, 1963
A Festa das Letras, 1937
Batuque, Samba e Macumba, 1935 (ensaio - Portugal)
Canções, 1956

Análise dos poemas:

Canção Mínima

No mistério do Sem-Fim,
equilibra-se um planeta.
                                                   
E, no planeta, um jardim,
e, no jardim, um canteiro;
no canteiro, uma violeta,
e, sobre ela, o dia inteiro,

entre o planeta e o Sem-Fim,
a asa de uma borboleta

Análise do poema : Este poema de Cecília traz uma mensagem de grande reflexão,  a questão do poema é a nossa posição dentro do planeta. As vastas possibilidades de descobrir coisas novas e como elas se desenvolvem em nossa volta e, principalmente, como essa liberdade de questionamento nos afeta. Além das palavras serem muito bonitas, o que chamou a minha atenção foi a intenção do poema, em vc pensar sobre o universo. Gosto de mistérios, gosto de tentar desvendar as coisas.

 Improviso do Amor-Perfeito – Pág 87

Naquela nuvem, naquela,
mando-te meu pensamento:
que Deus se ocupe do vento.
Os sonhos foram sonhados,
e o padecimento aceito.
E onde estás, Amor-Perfeito?
Imensos jardins da insônia,
de um olhar de despedida
deram flor por toda a vida.
Ai de mim que sobrevivo
sem o coração no peito.
E onde estás, Amor-Perfeito?
Longe, longe, atrás do oceano
que nos meus olhos se alteia,
entre pálpebras de areia...
Longe, longe... Deus te guarde
sobre o seu lado direito,
como eu te guardava do outro,
noite e dia, Amor-Perfeito.

Análise do poema: Neste poema se refere a um sofrimento, que sofrimento? A busca pelo amor perfeito. Mesmo passando por tristezas, a busca pelo amor continua, pois não vivemos sem esse sentimento. E claro, a questão de Deus no envolvimento do sentimento. Esse envolvimento espiritual.O amor me dá esperanças. É um sentimento que gosto de carregar comigo e que tem um significado muito bonito, e isso me instiga bastante. Por isso esse interesse.

 Se eu fosse apenas... – Pág 98

Se eu fosse apenas uma rosa,
com que prazer me desfolhava,
já que a vida é tão dolorosa
e não te sei dizer mais nada!
Se eu fosse apenas água ou vento,
com que prazer me desfaria,
como em teu próprio pensamento
vais desfazendo a minha vida!
Perdoa-me causar-te a mágoa
desta humana, amarga demora!
- de ser menos breve do que a água,
mais durável que o vento e a rosa..

Análise do poema: O foco desse poema são os defeitos da humanidade, toda a mágoa causada e comparação com a natureza, sendo o processo que logo dá a entrada de toda a tristeza que causa o ser humano. E de todas as mágoas que cada elemento em metáfora lhe trouxe.
Justamente essa comparação com elementos da natureza. Amo a natureza e ela me faz sentir vivo. Como se nós dependêssemos dela. Até porque sem árvores neste mundo, seria difícil respirar.

Analisado pelo aluno Elom Rolim, nº12

Fonte: http://www.releituras.com/cmeireles_bio.asp
Livro Cecília Meireles (Coleção Melhores Poemas)

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